sábado, 10 de novembro de 2012

BIZARRICES AUDIOVISUAIS

Se você acha que todo meio de armazenamento e distribuição de conteúdo audivisual sempre foi bonitinho e legal como você conhece, você está redondamente enganado.

CDs, DVDs, Blu-Rays são mídias razoávelmente modernas, produzidas a partir de projetos estranhos e muitos até bizarros conforme vamos ver na lista a seguir.


A TELEVISÃO


LED, Plasma, LCD e até pouco tempo as de tubo de imagem. O que as TVs poderiam ter de estranhas ou bizarras? Eu respondo, o seu protótipo.


Aparelhos de televisão não foram inventados há 50 ou 60 anos atrás, porém há mais de 80 anos! E o mais incrível que em 1902 foram inventados os primeiro circuitos de transmissão de imagens do mundo! Sim, mais de cem anos atrás.


Mas o que torna o protótipo da televisão algo bizarro? Simples, não existia tubo de imagem, nem plasma, nem LCD, a televisão era MECÂNICA!


Isso mesmo, imagine um monte de parafernálias rodando, feitos com bugigangas, tesouras, agulhas de tricô, peças de bicicletas, cheia de engrenagens fazendo muito barulho e válvulas acesas. Assim era a televisão inventada nos anos vinte por John Logie Baird.



Na imagem ao lado podemos ver Baird trabalhando no primeiro aparelho de TV do mundo.

O funcionamento da TV se dava através do disco com furos em espiral (o que está na foto) ligado a um motor e em frente de uma célula fotoelétrica.


Quando o motor e os circuitos eram aciondos, o disco girava produzindo imagens eletrônicas com 30 linhas.


E o resultado foi a imagem abaixo, fotografada durante os experimentos de Baird e sua TV mecânica.



Vale ressaltar que esse louco visionário criou a BBC de Londres, uma das maiores emissoras de rádio e TV do mundo.

PHONOVISION


Se uma televisão mecânica já parece loucura, imagine um disco que grava as imagens para ser reproduzida por essa TV mecânica. E isso na década de 1920!!!


Mais uma vez Baird viajou pela sua imaginação e começou a trabalhar numa bizarrice maior do que ele já tinha começado a trabalhar que foi a televisão mecânica.


Ele entendeu que enviar imagens eletrônicas para aparelhos de TVs era muito bom, mas elas esbarravam em um problema... tinham que ser geradas ao vivo.


Mas, e se ele pudesse gravar imagens para enviar posteriormente?


Vídeocassetes com fitas? De jeito maneira, ele criou o Phonovision.


Era um gravador de vídeo mecânico, feito com um enorme disco de madeira perfurado ligado a um motor, que servia de camera e era ligado por um tubo a uma espécie de toca-discos que gravava em microsulcos as imagens em um disco.


Abaixo podemos ver nas imagens a foto do disco criado por Baird e a imagem com 30 linhas gerada pela sua reprodução.







 




Como Baird esbarrou em muitas barreiras tecnológicas, ele acabou abandonando as pesquisas com o Phonovision e dedicou-se ao aperfeiçoamento da TV, inclusive mais tarde obtendo sucesso na concepção do aparelho de TV à cores.


Mesmo abandonando o projeto do Phonovision, seu princípio básico e funcionamento serviram de insipiração para grandes empresas mais tarde criarem seus próprios modelos de gravadores e reprodutores de vídeo à disco.


RCA "CED", TELEFUNKEN "TED" E JVC
"VHD"

Essas três sem dúvidas foram as mais bizarras formas de tentar lançar na década de 80 uma espécie de substitutos para o vídeocassete.


Enquanto no final da década de 70, VHS e Betamax disputavam quem permaneceria no mercado mundial como padrão de entretenimento doméstico de vídeo, durante os anos 80 duas tecnologias brigaram para tentar aposentar o vídeocassete que utilizava fitas magnéticas.


Essas tecnologias se baseavam em discos, porém enquanto a tecnologia Laservision da Pionner apostava num disco que pudesse ser lido por laser, a RCA, JVC e a Telefunken apostaram em melhorar a invenção de Baird, e lançaram o Capacitance Eletronic Disc - CED (RCA), Video High Density - VHD e o Television Disc - TED (Telefunken).











Quem tem mais de 25 anos lembra dos antigos discos de vinil e as vitrolas, com suas agulhas em cima do dos LPs para tocar uma música.



A foto ao lado mostra um LP de vinil comum, muito utilizado até meados dos anos 90 para distribuição de álbuns musicais.

  
A mesma coisa acontecia com o VHD, TED e o CED, eram discos parecidos com os LPs de música e os aparelhos tinham uma agulha que em contato com o disco, além de áudio, também "tocavam" vídeos.

Embora eles representassem um significativo passo na distribuição de filmes para entretenimento caseiro, possuiam recursos limitados e qualidade inferior ao Laservision (que logo depois adotou a sigla Laserdisc).


Essas tecnologias, tanto Laservision, quanto VHDs, CEDs e TEDs utilizavam sistemas analógicos tanto para a gravação quanto para a reprodução de vídeos e áudios.


Vale ressaltar que Laservision, TED, CED e VHD nunca possuíram gravadores voltados para o público, apenas players.

Quando o Laservision passou  a incorporar além do áudio analógico, também o áudio digital, além de trocar definitivamente seu nome para Laserdisc, enterrou de vez as tecnologias VHD, CED e TED.



 






 



A imagem acima à esquerda é de um disco CED (TEDs e VHDs eram muitos similares), muito parecidos com discos comuns de vinil de áudio.


A imagem acima à direita é de um Laserdisc (ou Laservision se o som fosse somente analógico), muito parecidos com CDs de áudio.


CEDs eram mais facilmente encontrado na américa do norte, enquanto TEDs eram aparelhos voltados mais para a europa.

VHDs faziam parte do mercado asiático. 

Acima temos o comercial dos anos 80 do RCA CED, um entretenimento para toda a família. 

CDV - COMPACT DISC VIDEO

Mais bizarro que isso é dificil. Era um cd simples como que podia conter até 20 minutos de áudio digital e podia ser tocado em qualquer rádio com leitor de cd, e até sete minutos de vídeo analógico que era tocado nos Laserdiscs.


Foi muito usado para distribuir coletâneas de poucas músicas e um vídeo clipe durante os anos 80.


CDVs eram facilmente reconhecidos por sua característica cor dourada que os diferenciavam dos CDs de músicas que possuiam a camada refletiva prateada.




Nunca confunda CDV com VCD que foi um formato muito utilizado no ínicio dos anos 2000, para trocar vídeos pela internet.


Basicamente, CDVs utilizam métodos analógicos, enquanto os VCDs utilizam métodos de compressão digital.

Um comentário:

  1. Olá. Achei super interessante, porém gostaria de citar um equipamento que poderia fazer parte de sua lista, claro, com sua licença. Trata-se da toy camera da Fisher Price, modelo PXL-2000. Utilizava fitas cassetes de áudio para gravar os vídeos. Abraços fraternais.

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